São Geraldo Majella - 300 anos - Uma vida de santidade

Nesse ano que estamos celebrando os 300 anos do nascimento de São Geraldo Majella, gostaríamos de destacar alguns aspectos marcantes na vida desse Santo Irmão Redentorista.

Sabemos que os santos não são propostos como modelos para serem imitados, mas como fontes de inspiração para respondermos o chamado à santidade, que Deus nos faz.

Olhando para a vida de São Geraldo, algo que, sem dúvidas, nos chama a atenção, entre outras qualidades que sinalizam sua santidade: a pobreza, disponibilidade, espiritualidade e determinação.

São Geraldo Majella nasceu em Muro Lucano, Província de Potenza, Sul da Itália, no dia 06 de abril de 1726. Era filho de Domingos Majella e Benedita Galella. Foi batizado na igreja da Santíssima trindade pelo Padre Félix Coccione. Recebeu a Crisma no dia 05 de junho de 1740 na Igreja da Virgem do Carmo.

Geraldo pertencia a uma família bastante pobre e, com a morte do pai, a situação da família se agravou ainda mais. Teve então, que começar a trabalhar ainda muito jovem, quase adolescente. Foi ser aprendiz de alfaiate com Pannuto, um alfaiate do lugar. Em seguida passa a trabalhar para Dom Cláudio Albini, Bispo de Lacedônia, que o crismou.

Nesse meio tempo, sente-se chamado à Vida Religiosa. Queria entrar na Ordem dos Frades Capuchinhos, mas foi rejeitado, por causa de sua frágil constituição física. É claro que Geraldo deve ter sentido profundamente o impacto de uma resposta negativa. Mas não se deu por vencido. A Hora de Deus em sua vida ainda iria chegar! Geraldo não se dá por vencido e espera com paciência.

A Hora de Deus chega para ele na Páscoa de 1749, quando os redentoristas vão pregar as Missões Populares em Muro Lucano. Já com seus 23 anos de idade, acompanha todos os passos dos missionários, encantado, com grande interesse. Quer fazer parte daquela Congregação Missionária como Irmão Leigo, mas novamente é rejeitado. Geraldo, porém, não desanima.

A mãe, Dona Benedita , percebe a inquietude do filho, imagina o que vai no seu coração. Então, no encerramento das missões em Muro Lucano, tranca-o em casa e vai para as atividades missionárias daquele último da presença dos redentoristas. Ao voltar para casa, encontra a janela aberta , os lençóis atados, formando uma corda e a mensagem: “Vou fazer-me santo!”

Como se nota, a determinação de Geraldo em seguir a Vida Religiosa Consagrada é firme, não há o que se possa fazer para demovê-lo dessa ideia. Devido a insistência de Geraldo em querer entrar para a Congregação Redentorista, o Chefe da Missão, o Padre Paulo Cáfaro, viu-se obrigado a aceita-lo, a título de experiência. É enviado a Delicetto, com um bilhete ao Superior da Casa: “envio-te um irmão imprestável”. E Geraldo começa ali ao lado do Santuário de Nossa Senhora da Consolação, a sua caminhada vocacional. Surpreende a todos pela sua entrega e dedicação em tudo que é chamado a fazer. Até nem parece possuir uma saúde tão frágil.

Não sabemos os detalhes da mudança de Geraldo da casa da família para o convento redentorista. Como foi que transportou os seus poucos pertences, suas roupas etc. Deve ter colocado tudo rapidamente dentro de um saco e partido rapidamente para junto dos missionários. Pode-se dizer, foi de “mala e cuia” para a nova experiência de sua vida. E que decisão: Vou fazer-me santo! Foi com um propósito firme, resoluto. Não foi como quem vai para uma aventura, como quem diz: “Se der certo, tudo bem! Se não der certo, volto para casa!” Não! Foi como alguém que tem a certeza de não mais voltar para a casa da família.

Essa decisão de Geraldo nos faz lembrar a passagem evangélica dos Discípulos de Emaús, pelo seguinte aspecto: Eles, os discípulos voltavam para casa, desanimados, desiludidos com o que acontecera em Jerusalém nos últimos dias. Deixavam Jerusalém, como algo a ser esquecido para sempre! Geraldo, ao contrário, Jamais voltará para a sua Emaús!

Geraldo entrou para a Congregação no dia 17 de maio de 1749, alguns meses após a Congregação ter sido aprovada em suas Regras pelo Papa Bento XIV (25 de fevereiro de 1749). Três anos depois, no dia 25 de julho de 1752 (na Solenidade do Santíssimo Redentor), Geraldo Professou os Votos Religiosos na Congregação.

Daquele momento até a morte, Geraldo exerce suas atividades missionárias e outros trabalhos nas Províncias de Foggia e de Potenza, com grande proveito e edificação para aqueles que o conheceram. Seus trabalhos não foram meras atividades a serem registradas no Livro de sua Vida, mas foram atividades vividas intensamente! Geraldo viveu cada instante de sua vida como se fosse o último.

Em agosto de 1755, Geraldo retorna à Materdomini, santuário mariano muito querido por ele. A Tuberculose agrava-se e dois meses depois, encerra sua vida terrena na solidão de seu quarto, na madrugada do dia 16 de outubro.

Uma vida breve, mas que disse a que veio! Não foi apenas mais um, mas foi aquele que que disse a que veio! Veio para deixar marcas! Veio e viveu uma vida profundamente com sentido.

Breve cronologia da Vida de São Geraldo Majella:

06/04/1726 – Nascimento em Muro Lucano.

05/06/ 1740 – É crismado.

13/04/ 1749 – Início da Missão Redentorista em Muro Lucano.

17/05/ 1749 – Chega à Delicetto como aspirante.

10/04/ 1752 – Morre a mãe de Geraldo.

16/07/1752 – Emite os votos Religiosos na Congregação do Santíssimo Redentor

Maio de 1754 – Calúnia de Nerea Caggiano.

Julho de 1754 – Reconhecida sua inocência, é enviado à Nápoles.

01/11/1754 – É destinado ao Santuário de Materdomini.

16/10/1755 – Morre, de madrugada, no seu quarto em Materdomini.

29/01/1883 – Beatificado pelo Papa Leão XIII.

11/ 12/1904 – canonizado pelo Papa São Pio X.

(Pe. José Gabriel Mariano, C.Ss.R. – Santuário São Geraldo Majella – Sorocaba - SP)